Como a saúde sexual e reprodutiva das mulheres que vivem no Brasil está sendo afetada pela pandemia da Covid-19? Esta é a pergunta que guia uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), o Instituto Rene Rachou (Fiocruz Minas), o Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA) e a Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EEAN/UFRJ).
Mulheres com 18 anos ou mais, residentes no Brasil, podem participar da primeira fase, respondendo ao questionário disponível no link: https://is.gd/MulherSaudePandemia.
Lançado no dia 13 de julho, o questionário já recebeu mais de 7 mil respostas, mas o grupo de pesquisadoras que conduz o estudo quer chegar a mais e diversas mulheres. “Gostaríamos de conferir visibilidade a grupos minoritários e a mulheres que nem sempre estão representadas em pesquisas. O universo de mulheres que vivem no Brasil é heterogêneo, complexo e desigual, então esperamos que o estudo possa contribuir para evidenciar esta multiplicidade de experiências”, afirma Claudia Bonan (IFF/Fiocruz), que coordena o projeto ao lado de Ana Paula dos Reis (ISC/UFBA).
O questionário foi desenvolvido com a intenção de permitir a análise da diversidade dos efeitos da pandemia conforme muitos fatores: classe social, raça/cor e etnia, região de residência das mulheres – grandes centros urbanos, cidades pequenas, zonas rurais, ribeirinhas e florestas, quilombos, terras indígenas – entre outros marcadores sociais da diferença.
Aumento de gestações indesejadas, complicações de aborto, dificuldades de acesso a contraceptivos e a tratamento de doenças ginecológicas e sexualmente transmissíveis são alguns exemplos de efeitos da pandemia já monitorados em outros países. “Nossa pesquisa tem o sentido de identificar como essas questões estão ocorrendo no Brasil e quais as consequências para a vida e a saúde das mulheres”, explica a professora da UFBA.
A pesquisa integra os projetos Gender & Covid-19, Observatório Covid-19 Fiocruz e Nascer no Brasil 2.
O questionário da primeira fase do estudo tem apenas uma questão de campo aberto, mas o volume de respostas recebidas chamou a atenção das pesquisadoras, que decidiram convidar as mulheres que responderam a dividir suas histórias. Assim nasceu este blog, Juntas na Pandemia, para que as histórias possam alcançar outras mulheres.
Boa leitura!

O estudo “Pandemia de Covid-19 e práticas reprodutivas das mulheres no Brasil” é conduzida pelo grupo de pesquisa Gênero, Reprodução e Justiça – RepGen.